Como as empresas podem responder a crises acelerando o processo de inovação
O ano de 2020 trouxe um baque inesperado para as empresas, que tentam se reinventar para vender seus serviços e para manter seus funcionários empregados. Diante da adversidade, grandes idéias surgem de executivos de todos os níveis. A maior dificuldade, porém, é transformar as invenções em realidade o mais rápido possível.
Segundo artigo de Chris Foster para a Stategy Business — revista referência em negócios e estratégias corporativas — a transformação veloz de ideias em realidade passa principalmente por três pilares:
Inovação como missão
De acordo com Foster, há uma grande diferença entre apoiar a inovação e torná-la um “imperativo institucional”. Para ele, os líderes empresariais devem ter em mente que inovar é uma missão, não apenas uma boa ideia, principalmente em um momento de crise.
“Uma emergência é um ótimo momento para fazer a mudança. Convide todos a contribuir imediatamente com ideias e fazer com que suas vozes sejam ouvidas. Foi o que aconteceu com o Loads of Hope”, conta o empresário, que criou, na época que o Furacão Katrina atingiu os Estados Unidos, o serviço que consiste em caminhões funcionando cheios de máquinas de lavar e secar roupas.
“As pessoas podiam deixar suas roupas sujas e nós as limparíamos e dobraríamos. Essas lavanderias móveis continuam a ser implantadas em áreas afetadas hoje e têm ajudado dezenas de milhares de famílias.”
Segundo Foster, o grupo que idealizou a inovação incluía pessoas em todos os níveis da empresa, desde um executivo de contas júnior até ele, o vice-presidente executivo.
“Todos estávamos lançando ideias, independentemente de nosso lugar na hierarquia institucional.”
Cronogramas irrealistas
Elaborar cronogramas “impossíveis” de cumprir, em um primeiro momento, não parece boa estratégia, mas, segundo Chris Foster, diante de uma emergência que demanda acelerar o ritmo de inovação, a estratégia pode ser crucial.
“Definir o que parecem ser prazos impossíveis — e compreender os desafios para cumpri-los — pode liberar energia positiva e motivar as pessoas a pensar em novas ideias”, explica.
O empresário conta que no Loads of Hope, a equipe precisava, praticamente da noite para o dia, encontrar um parceiro que pudesse equipar os caminhões com lavadoras e secadoras, processo que normalmente levaria meses em qualquer organização. “A liderança da marca se comprometeu e deixou de lado todas as etapas habituais para que o projeto acontecesse em prazo record.”
Sobre o projeto SchoolMaskPack, que consiste em produzir máscaras infantis com códigos de cores, uma para cada dia da semana escolar, que podem ser lavadas e reutilizadas, Chris Foster diz que todo o cronograma de trabalho foi desenvolvido em 24 horas.
Foster cita, ainda, uma pesquisa publicada Harvard Business Review, em que estudiosos afirmam que, quando certas condições de dificuldade estão em vigor, as pessoas podem criar soluções engenhosas em prazos incrivelmente curtos.
Colaboração máxima
O terceiro ingrediente crucial, segundo ele, é colaboração do máximo de pessoas possível dando todo o suporte necessário para que as ideias se tornem viáveis.
Com o SchoolMaskPack, a nossa empresa de manufatura estava disposta a reformar todas as suas operações para começar a criar as máscaras. Então, contribuí com tempo e recursos – não apenas meu tempo, mas também o de minha equipe. Não tínhamos ideia se o projeto teria sucesso. Mas se fosse para ter uma chance, precisaríamos dar todo o apoio que pudéssemos. Vimos a urgência, corremos para a ação e aplicamos nossos recursos a ela.”, conta.
A lição que fica é a de que, por mais terrível que seja a pandemia, pode ser uma oportunidade para alavancar os negócios através de ideias disruptivas. “Fazer grandes ideias acontecerem neste momento certamente pode ser exaustivo, mas as recompensas são maiores”, completa Foster.
Fonte: https://www.consumidormoderno.com.br/2020/08/25/como-as-empresas-podem-responder-a-crises-com-inovacao/